IA nos projetos de automação de edifícios: hype vs realidade

IA nos projetos de automação de edifícios: hype vs realidade

A inteligência artificial (IA) tem sido amplamente divulgada como revolucionária no setor de arquitetura, engenharia e construção (AEC), mas a adoção prática ainda é tímida. Em pesquisas realizadas nos dois últimos anos:

  • 54% das empresas estavam em fase de pesquisa,
  • 36% tinham iniciativas pequenas ou planejamentos iniciais,
  • apenas 10% estavam usando IA de forma significativa; A realidade é que sem dados bem estruturados e confiáveis, a IA não entrega resultados consistentes.

Casos atuais de uso da IA

Apesar dos limites, há aplicações tangíveis:

a) Automação de projetos e design generativo

A Autodesk lançou o “Bernini”, um modelo generativo capaz de criar formas 3D a partir de imagens, texto e nuvens de pontos (ainda em fase pré-produção).

Firmas como HKS utilizam IA para gerar esboços e criar políticas internas sobre o tema

b) Operação de edifícios inteligentes e digital twins

A combinação de gêmeos digitais e IA permite monitorar e otimizar sistemas como HVAC, iluminação e energia, com base em dados reais e simulações.

c) Manutenção preditiva e gestão de ativos

IA aplicada à manutenção prevê falhas em equipamentos, reduzindo paradas e custos — já em uso comercial.

d) Segurança em canteiros de obras

Visão computacional detecta riscos em tempo real (como falta de EPIs), aumentando a segurança.

Onde estamos no ciclo de hype?

Segundo o Gartner Hype Cycle:

  • Design generativo e digital twins estão no “gatilho da inovação”;
  • Análises preditivas e robótica estão no auge das expectativas;
  • Equipamentos autônomos e design realista estão passando pela desilusão;
  • Manutenção preditiva e estimativa de custos estão alcançando a “produtividade em larga escala”

Principais barreiras à adoção

  • Dados insuficientes: muitas empresas ainda não têm infraestrutura de dados adequada
  • Escassez de habilidades: cerca de 20% das organizações reclamam da falta de profissionais treinados e apenas um terço estão investindo em capacitação.
  • Regulamentação e ética: há preocupações com privacidade, responsabilidade, viés e segurança.

Caminhos para adoção eficaz

  • Focalizar soluções práticas, não tecnologia por tecnologia.
  • Investir em qualidade de dados e sistemas integrados, incluindo digital twins
  • Capacitação profissional contínua, por meio de treinamentos estratégicos.
  • Criação de frameworks metodológicos (ex.: LeanAI) para combinar expectativas com realidade.
  • Garantir ética e transparência, definindo a guarda dos dados, supervisão e controles claros.

Conclusão: da empolgação ao pragmatismo

A IA promete acelerar a concepção, construção e operação de edifícios — mas ainda está longe de ser uma solução pronta para todos os contextos. O mercado está saindo da fase “hype” e entrando num momento de maturidade, onde tecnologias comprovadas (manutenção preditiva, análise de custos, segurança) começam a se consolidar. Para seguir neste caminho, é crucial:

  1. Avaliar usos reais e impacto mensurável,
  2. Fortalecer a infraestrutura de dados,
  3. Desenvolver talentos qualificáveis,
  4. Adotar a tecnologia de forma ética e regulamentada.

Este artigo utilizou informações publicadas no portal norte-americano HPAC.

 

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