Quando pensamos em adquirir um imóvel, seja comercial ou residencial, o que vem à nossa mente de imediato? Preço? Localização? Metragem quadrada? Tudo isso junto? Sem dúvidas, esses fatores são essenciais para bater o martelo, no entanto, há algum tempo, outra condicionante relevante vem surgindo para a decisão final: wellness. Ou, melhor, bem-estar, qualidade de vida, saúde ou como você quiser interpretar este termo que já começa a fazer parte do vocabulário brasileiro.
Anos atrás, mais precisamente em 2014, conceitos – nem tão novos assim – começaram a fazer parte do dia a dia de incorporadoras, escritórios de arquitetura, projetistas, consultorias e de departamentos de empresas como o facilities e o RH. As edificações já vinham acompanhando a esfera ambiental do termo ESG, quando alguém questionou: Tudo bem, construímos com eficiência energética, gestão de resíduos, baixo consumo de água… mas, e as pessoas? O que temos feito por elas?
Se pensarmos no custo do ciclo de vida de uma edificação, isto é, desde a concepção do projeto até uma possível demolição ou revitalização da edificação, 2% a 5% são atribuídos à fase construtiva, 1% a 3% ao consumo de energia e mais de 90% na operação e manutenção da edificação. Se esmiuçarmos o custo de operação e manutenção, vamos encontrar que a grande parte dos 90% são convertidos em encargos, salários e benefícios para os ocupantes. Foi neste momento, que outra pergunta foi feita. Se pagamos tanto assim para as pessoas, por quenão construímos de forma que todos se sintam mais felizes e produtivos?
A certificação WELL surgiu em outubro daquele ano respondendo a estas perguntas e se solidificando na esfera Social do ESG. Os conceitos eram simples – e já estudados amplamente na academia – porém, a inovação veio a partir de juntar tudo isso em uma única métrica. Foi então que temas como qualidade do ar; qualidade da água; conforto térmico, lumínico e acústico; materiais saudáveis e políticas voltadas para a saúde mental, alimentação e atividades físicas tomaram força e revolucionaram a forma como as edificações corporativas, residenciais, industriais e de logística são concebidas.
Logo em seguida, outras métricas como o Fitwel, GBC Life, GBC Casa/Condomínio e o AQUA-HQE surgiram para dar mais voz a este movimento. A própria Norma de Desempenho (NBR 15.575) já vinha empregando os conceitos de conforto lumínico, térmico e acústico para edificações residenciais.
Hoje, quando pensamos em um imóvel, seja ele comercial, residencial, industrial, logístico, hospitalar, escolar ou de qualquer outra tipologia que você possa imaginar, o preço, localização e metragem quadrada continuam sendo fatores essenciais. Porém, o wellness – em conjunto com os temas de eficiência – sem dúvidas são decisores. Afinal, quem hoje não pensa na qualidade de vida dos seus colaboradores ou da sua família na tomada de decisão?




