A rápida evolução dos edifícios inteligentes trouxe avanços substanciais em automação, sustentabilidade e eficiência operacional. No entanto, esses benefícios também implicam um desafio maior: a crescente ameaça de ataques cibernéticos voltados a infraestruturas IoT.
Em 2024, incidentes contra dispositivos IoT aumentaram 124%, enquanto o mercado global de smartbuildings deve atingir US$ 130 bilhões até 2030. Esse contexto torna o setor um alvo apetecível para agentes maliciosos. A solução passa por tecnologias de ponta como computação de borda (edge computing), hardware com foco em privacidade e redes Bluetooth Mesh, capazes de reduzir riscos sem comprometer a inovação.
Causas do aumento dos ataques cibernéticos em edifícios inteligentes
- A proliferação massiva de dispositivos IoT nos sistemas de acesso, climatização, iluminação e monitoramento cria múltiplos vetores de ataque.
- Falta de padrões robustos de segurança nos dispositivos, uso de credenciais padrão, protocolos legados e vulnerabilidades não corrigidas aumentam a superfície de risco.
- Consequências financeiras e operacionais elevam o interesse dos atacantes, que podem explorar dados de ocupação, paralisações e invasão à infraestrutura corporativa.
Computação de borda: redução de exposição ao risco
- A computação de borda processa dados na origem (nos próprios dispositivos ou gateways locais), reduzindo a dependência da nuvem e o risco de intercepção.
- Permite detecção de anomalias em tempo real (como falhas no HVAC ou tentativas de acesso não autorizadas), minimizando atrasos e oferecendo resposta imediata.
- Suporta modelos de IA localizados, otimizando latência e consumo de banda, garantindo tanto eficiência quanto segurança.
Hardware orientado à privacidade: proteção integrada
- Tecnologias que coletam somente dados essenciais são adotadas para preservar a privacidade sem comprometer a funcionalidade.
- Sensores acústicos são projetados para detectar eventos críticos (como tiros ou vidro quebrando) por meio de picos de decibéis, sem armazenar conversas.
- Sensores térmicos identificam presença humana sem captar imagens faciais, reduzindo ainda mais a exposição de dados sensíveis.
- Os desenvolvedores concebem a privacidade desde o hardware, eliminando a necessidade de monitorar dados irrelevantes.
Isolamento de sistemas e redes bluetooth mesh como camadas extras
- Os responsáveis isolam fisicamente ou logicamente os sistemas air gapped da internet, reduzindo drasticamente a superfície de ataque em subsistemas críticos como iluminação e controle de acesso.
- Bluetooth Mesh cria rede descentralizada com criptografia robusta e autenticação por múltiplos nós, evitando falhas em pontos centrais.
- Essas abordagens combinadas fornecem defesas escalonadas eficazes contra ataques sofisticados.
Conclusão técnica
Edifícios inteligentes devem evoluir para além de soluções centralizadas em nuvem, adotando:
- Computação de borda para processamento local e resposta em tempo real.
- Hardware com foco restrito à privacidade, garantindo coleta mínima de dados.
- Estratégias de isolamento como sistemas air gapped e redes Bluetooth Mesh para resiliência.
- Gestão de credenciais, segmentação de rede e atualizações regulares, conforme melhores práticas de segurança de infraestrutura.
Essas práticas permitem manter a inovação e eficiência dos smartbuildings, sem sacrificar a segurança e privacidade dos usuários.
Este artigo foi traduzido e adaptado do original publicado no portal Buildings.com