Desde o início do século XX, a automação residencial vem sendo desenvolvida a fim de fazer das casas ambientes cada vez mais confortáveis, começando pela inovação dos eletrodomésticos. Hoje, além do conforto, a automação ainda traz maior segurança e eficiência energética. Um aspecto pouco debatido, mas de relevância extrema, é a influência da automação residencial na vida de pessoas com doenças degenerativas – afecções crônicas que resultam na degradação contínua de tecidos, células e órgãos, levando a limitações motoras e outras restrições.
A adaptação das casas, combinada à implantação de sistemas de automação, pode proporcionar mais autonomia e qualidade de vida a essas pessoas. Soluções simples, como controle de iluminação, abertura de cortinas, ajuste de temperatura do ar-condicionado e operação de sistemas de TV por comando de voz, promovem não apenas conforto, mas também inclusão.
Um exemplo notável é o físico teórico Stephen Hawking, diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) aos 21 anos de idade. A utilização de um sintetizador de voz permitiu que ele continuasse se comunicando e produzindo estudos de impacto mundial até 2018. Esse caso demonstra como tecnologias assistivas podem transformar a vida de pessoas com doenças que trazem limitações motoras e como a automação residencial pode também ser fundamental nesse processo.
O futuro da automação e inclusão
O desenvolvimento da inteligência artificial (IA) vem impulsionando novos avanços significativos na automação residencial. Um exemplo é o Josh.ai, uma plataforma lançada em 2023 que integra IA para comandos ainda mais naturais e contextuais. Além disso, a Amazon anunciou recentemente a incorporação de IA avançada à Alexa, um dos assistentes de voz mais populares do mundo.
Com esses avanços, o futuro reserva sistemas ainda mais intuitivos, capazes de se adaptar automaticamente às necessidades dos usuários sem a necessidade de comandos diretos. A automação poderá atingir um nível em que a casa “entende” e antecipa as necessidades dos moradores, proporcionando uma experiência verdadeiramente integrada e acessível.
No entanto, como advertiu o próprio Stephen Hawking: “o desenvolvimento da inteligência artificial completa poderá significar a extinção da raça humana”. Cabe, portanto, a nós garantirmos que essa evolução tecnológica aconteça de maneira ética e equilibrada, trazendo benefícios sem comprometer nossa autonomia e segurança.
Artigo do engenheiro Otávio Moraes Garcia de Figueiredo baseado em um projeto realizado pela Eletrize Automação Residencial, empresa da qual é sócio-proprietário.
Leia também Tendências da indústria de automação predial para 2025: drones, tecnologias verdes e integração de IA