Estratégias técnicas para a descarbonização de edifícios eletrificação, eficiência e flexibilidade

Estratégias técnicas para a descarbonização de edifícios: eletrificação, eficiência e flexibilidade

A Energy Transitions Commission (ETC), coalizão internacional comprometida com o cumprimento das metas do Acordo de Paris, publicou um relatório estratégico voltado à descarbonização do setor de edificações — responsável por cerca de 33% das emissões globais de CO₂, quando consideradas tanto as emissões diretas (uso de combustíveis fósseis para aquecimento e cocção) quanto indiretas (uso de eletricidade gerada por fontes fósseis).

O relatório recomenda uma abordagem técnica estruturada em três frentes principais:

  1. Eletrificação do aquecimento: a substituição de sistemas convencionais à base de combustíveis fósseis por bombas de calor elétricas (do tipo ar-ar, ar-água ou geotérmicas) representa a solução de maior eficiência energética e viabilidade técnica para o aquecimento de ambientes e água. As bombas de calor, ao transferirem calor em vez de gerá-lo, apresentam coeficientes de desempenho (COP) superiores a 3, reduzindo significativamente o consumo energético final.
  2. Eficiência energética nas edificações: a implementação de medidas como isolamento térmico de fachadas e coberturas, vidros de alta performance, ventilação controlada com recuperação de calor, além de sistemas de automação predial, são considerados essenciais para reduzir a carga térmica dos edifícios e, consequentemente, a demanda por energia. A reabilitação de edificações existentes (retrofit) é apontada como uma prioridade para ganhos rápidos de eficiência.
  3. Flexibilidade da demanda elétrica: com a crescente eletrificação, a gestão da demanda se torna crítica. O relatório enfatiza o papel de tecnologias de controle e armazenamento, como baterias e sistemas de resposta à demanda (demand response), para mitigar picos de carga e alinhar o consumo com a geração de fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica.

Além disso, o estudo da ETC desincentiva o uso de hidrogênio para aquecimento de ambientes, citando sua baixa eficiência quando comparado à eletrificação direta. O hidrogênio, segundo o relatório, deve ter uso restrito a aplicações específicas, como sistemas de aquecimento distrital em regiões frias ou em setores industriais com demanda térmica de alta temperatura.

Por fim, o relatório alerta para a urgência de eliminar progressivamente o uso de combustíveis fósseis no setor da construção. E recomenda adotar políticas públicas e regulamentações que acelerem essa transição. A combinação entre tecnologia, planejamento energético e modelos de negócio inovadores será determinante para alcançar edifícios com emissões líquidas zero até meados do século.

O portal Prédio Eficiente preparou um resumo deste relatório que pode ser solicitado através deste link.

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