Em um mercado cada vez mais pautado pela responsabilidade socioambiental, o setor hoteleiro encontra no retrofit com foco ESG uma oportunidade estratégica para alinhar-se às novas demandas de clientes, investidores e da sociedade. Retrofit — o processo de modernização de edificações já existentes — vai além de uma simples reforma: trata-se de requalificar os espaços com eficiência, inovação e sustentabilidade.
Benefícios ambientais (E – Environmental)
A modernização das instalações com introdução de tecnologias emergentes pode reduzir drasticamente o consumo de energia, gás e água. A substituição de sistemas antigos por equipamentos mais eficientes de iluminação, climatização, painéis solares e sistemas de controle, monitoramento e reaproveitamento de água, reduz a pegada de carbono do hotel. Além disso, materiais sustentáveis e de baixa emissão de compostos voláteis agregam valor ambiental à infraestrutura.
Impactos sociais (S – Social)
Um retrofit bem planejado melhora o conforto, a acessibilidade e a segurança dos hóspedes e funcionários. A inclusão de práticas como acessibilidade universal, ambientes mais saudáveis e condições de trabalho dignas contribuem para a reputação social do hotel. Além disso, pode-se priorizar fornecedores locais e promover a economia regional.
Fortalecimento da governança (G – Governance)
O retrofit com foco ESG exige planejamento, transparência e gestão de riscos — pilares de uma boa governança corporativa. Investimentos em tecnologia de gestão e compliance ambiental fortalecem a credibilidade da marca frente a órgãos reguladores e investidores, além de abrirem portas para financiamentos sustentáveis e certificações como LEED ou AQUA-HQE.
Linhas de financiamento especiais
Mas, devemos também ressaltar que um dos maiores desafios para a implementação de retrofits com foco ESG em hotéis é o investimento inicial. No entanto, o cenário atual oferece múltiplas oportunidades de financiamento específicas para projetos sustentáveis, que tornam viável a modernização com responsabilidade ambiental e social.
Governos municipais, estaduais e federais frequentemente oferecem linhas de crédito e incentivos fiscais para projetos sustentáveis, como:
- Linhas do BNDES para eficiência energética ou geração solar;
- Incentivos via programas de redução de IPTU (como o IPTU Verde);
- Leis de incentivo à acessibilidade ou inclusão social.
Programas especiais como o Programa de Eficiência Energética (PEE da ANEEL) também incentivam estas iniciativas e podem ser desenvolvidas junto às concessionárias regionais.
Investidores institucionais estão cada vez mais atentos a fundos ESG que destinam capital para empresas e projetos alinhados a critérios ambientais, sociais e de governança. Redes de investidores de impacto e venture capital sustentável também estão em expansão no setor imobiliário e hoteleiro.
Além disso, em regiões turísticas com forte interesse público no desenvolvimento sustentável, podem ser criadas PPPs para revitalizar hotéis com impacto urbano positivo, acessibilidade e geração de empregos locais. Também há espaço para modelos híbridos envolvendo bancos de desenvolvimento, cooperativas de crédito e financiamento coletivo (crowdfunding).
Esses programas podem reduzir significativamente o custo total do retrofit, onde o prazo de payback normalmente é inferior a 2 anos.
Resultado: vantagem competitiva
Hotéis que investem em retrofit com objetivos ESG não apenas reduzem custos operacionais e aumentam sua eficiência, mas também conquistam um novo perfil de consumidor — mais consciente e exigente. A valorização do imóvel e o fortalecimento da imagem institucional são bônus naturais de um projeto bem executado.
Esta publicação faz parte do conteúdo gerado através do “Programa de Retrofit Tecnológico de Hotéis”, desenvolvido pelo Portal do Hoteleiro e apoiado pelo nosso portal.
